Nota da Congregação sobre o momento atual

    Veio sobre mim a mão do Senhor...e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos...e eis que eram muito numerosos ... e estavam sequíssimos... Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis”(Cf Ez 37,1-5)

             

             Nós, 64 Irmãs Dominicanas da Congregação de Nossa Senhora do Rosário de Monteils, reunidas em Assembleia Capitular – representantes de todas as nossas comunidades do Brasil, América Latina e Caribe, vimos, através desta nota, externar nossa posição frente à complexa realidade em que estamos vivendo.

    Destacamos:
             O estado atual de exceção que estamos vivendo, com: aceleradas perdas de direitos; aumento da pobreza e da miséria, exagerada distância entre ricos e pobres; falta de ética e inversão de valores; aumento do trabalho escravo e do desemprego; crescimento da violência e intolerância, sobretudo contra as pessoas em condições vulneráveis; criminalização das Organizações e Movimentos Sociais Populares;judicialização da política e partidarização da justiça em aliança com a grande Mídia.

             Como mulheres cidadãs, cristãs e consagradas não podemos ficar indiferentes à situação estrutural de morte que se instalou em nosso país e em toda América Latina e Caribe, a favor do fortalecimento do sistema neoliberal, excludente e gerador de morte.

             Nos unimos a todas as Entidades, aos Movimentos Sociais Populares, às Organizações de base e a todas e todos que defendem a democracia, conquistada com longa e intensa luta social e política e nos posicionamos terminantemente contrárias a esta situação estrutural de morte que vem se instalando.

             Acreditamos que somente uma sociedade baseada na justiça poderá alcançar a paz e reafirmamos nosso compromisso com a missão transformadora.

    Como discípulas missionárias de Jesus assumimos o dever profético de denunciar as estruturas de morte e anunciar caminhos de vida.

     

              Como pregadoras da Palavra que somos, fazemos nossas as palavras da profecia apocalíptica: “Eu vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram... E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.                                                

                                                                                                                                  Apocalipse 21,1-4

     

    Uberaba, 28 de julho de 2018

     

Copyright © 2014 VIVERE